O Poeta das Águas

Vi ontem n’água
Os olhos de meu amor,
Que com todo o encanto do mar
Deságua nas cascatas, sem cor
Enquanto não brilha o sol,
Que com raios invisíveis
Colorem de sete cores
Tua doce carícia, frígida.
Quando sai da montanha,
Candente, quando beija
A moça, esculpida na areia
Pelas mãos do poeta menino
Que fui, quando não me conhecia.

E agora volto a ti,
Para receber as carícias,
Que afagam, suaves,
Meus cabelos crescidos
Que antes não havia de ter
Pra ser o artista da areia
O poeta das águas.

Heitor Victor

Comentários

Postagens mais visitadas