Voz que se Insinua

Escorre líquida e sibilante,
Insinuando-se pelos meus ouvidos.
Vibração etérea e impactante
A transbordar-me em sonhos descabidos.

Ressoa leve, incerta e estonteante.
Ora um deserto, ora um tranquilo mar,
Mas recoberta de um prazer constante
E eu abatido, tonto a procurar.

Vacilo e temo empreender a busca,
Que já ofusca qualquer outra ação,
Que já desperta-me a imaginação.

De onde surgiu tamanho hermetismo
Que do meu coração se fez algoz?
Será de onde é que veio essa voz?

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