Por Quem o Sol se Curva


Como pode o filho do Sol se curvar
Diante de uma luz tão pequena?
Ora! Até o Astro Rei sai de cena
Onde a pálida Lua põe-se a brilhar!

Tão ponderado é seu reluzir
E é mesmo assim tão majestosa
Enche de esperança um porvir
Mesmo na noite mais tenebrosa

Ao teu brilho, Lua, curvo-me sem demora
Sem nem ao menos ansiar pela aurora
Que trará outro brilho, tão ofuscante!

Apresso-me em esquecer a hora
Deleitando-me neste eterno agora
No teu seio pálido e reconfortante.

(Alexandre Tavares)

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