Soneto para que não me negues mais

Não mais rejeite esses meus simples versos,
Não mais os componho como quem morre,
Não mais tenho aqueles gestos perversos,
Não mais os escrevo como quem sofre.

Não mais os dou vida sem um passado,
Não mais os dou vida sem os amar,
Não mais os crio sem o seu legado,
Não mais os quero lhe ver magoar.

Minhas virtudes mudaram agora.
Dentro de mim nova energia inflama,
Com tempo, com custo o pus para fora,

Ainda jaz acesa a velha chama.
Não mais os componho como que chora
Agora os componho como quem ama!
Petrópolis, outono de 2007.

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